sexta-feira, 17 de junho de 2011

Brasil X Itália

Na maioria dos países civilizados, o Brasil tem um rótulo: é conhecido como o país da impunidade. Garantismo exagerado na aplicação da lei, falta de fiscalização, policiais muito mal pagos, despreparados e desmotivados, tratamento diferenciado pra quem tem dinheiro, etc, fazem desse país um verdadeiro paraíso para criminosos. Enquanto isso, as pessoas de bem, que graças a Deus ainda são a grande maioria, que se cuidem e que providenciem sua própria segurança.

Mas falar assim é muito genérico. Vamos citar alguns casos, então. Em 1995 o indisciplinado jogador Edmundo, após sair de uma balada, envolveu-se num acidente onde três pessoas acabaram perdendo a vida. Três anos depois, após ser provado que a culpa pelo acidente era do jogador, ele foi "condenado" à pena de 4 anos e 6 meses de detenção em regime semi-aberto. Só que 16 anos depois do crime, após ser condenado a uma (pena???) ridícula, o ex jogador ainda não começou a cumprir a piada de punição que lhe fora imposta.

A decisão do STF de libertar e negar a extradição para a Itália do ex-terrorista Cesare Battisti causou indignação, mas não deveria causar surpresa, diante do atual cenário no Brasil. O Ministro da Defesa, no governo Lula, Nelson Jobim deu um cargo de asessor ao ex-guerrilheiro-mensaleiro José Genoíno; não seria de estranhar se desse um cargo a Battisti, também um expert, pelo seu "passado de lutas".

Estranho mesmo seria se o criminoso italiano fosse extraditado para responder à Justiça de seu país , contrariando a vontade do "maior presidente de todos os tempos".

A decisão esdrúxula de nossa maior Corte que concordou com o ex-presidente Lula de interpretar à sua maneira um tratado bilateral Brasil/Itália assinado pelos dois países em 1991 defendendo a permanência em liberdade do ex terrorista em nosso país não causou nada mais do que um grave atrito no relacionamento historicamente fraterno entre os dois países, com possibilidade inclusive de boicote da seleção italiana à já polêmica Copa do Mundo de 2014.

Tudo isso só reforça  a tese de que o Brasil ainda é um país politicamente imaturo e com fama de ser o paraíso da impunidade.

O rótulo colocado em Battisti de ex-ativista é totalmente falso. O grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), ao qual pertencia, praticava atos terroristas - em plena Itália Democrática - nos anos 70.  O Partido Comunista era legal e participava livremente da política do país, mas o PAC não passava de um bando de fanático, criminosos de extrema esquerda, muitos presos e já condenados na Itália.

Quem defende Cesare Battisti desconhece os fatos ou, o que é pior, omite  ou distorce a verdade por conveniência. E se ele fosse de extrema-direita, seria defendido? Brasil X Itália deveria continuar sendo apenas futebol.

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