quarta-feira, 21 de março de 2012

BM de Caxias do Sul testará viatura elétrica com câmera 360º acoplada

Utilidade do veículo será avaliada para eventual uso na Copa de 2014.
Testes começarão em abril e durarão cerca de três meses.

Viatura elétrica vai ser testada pela BM de Caxias do Sul (Foto: Divulgação/CRPO)

Um novo modelo de veículo para o trabalho da Brigada Militar começará a ser testado em abril em Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul. Dentro da estratégia operacional do policiamento comunitário, o 12º BPM vai utilizar durante aproximadamente três meses uma viatura elétrica para o patrulhamento na área do parque Getúlio Vargas, conhecido como “Parque dos Macaquinhos”.
Viatura tem câmera 360º (Foto: Divulgação/CRPO)

O carro é fabricado e montado em Caxias do Sul. Durante os testes, será avaliada a possibilidade de inclusão em um processo de inspeção em parques, calçadões, áreas de uso restrito e no policiamento ostensivo, além de uma eventual aquisição voltada para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

De acordo com a BM, o modelo possui capacidade de carga de 360 Kg, tem motor elétrico, freio a tambor com acionamento hidráulico nas quatro rodas, e atinge a velocidade máxima de até 40 km/h. Também possui sistema de freio regenerativo, ou seja, regulagem de frenagem eletrônica (forte e fraca) via computador remoto. Ele conta ainda com uma câmera de vídeo que transmite imagens 360 graus auxiliando na patrulha do policial que conduz a viatura. O equipamento funciona emitindo um sinal via rádio até o módulo da Brigada Militar, onde um operador monitora o colega informando por rádio transmissor os movimentos e possíveis delitos na área.

terça-feira, 20 de março de 2012

Como agia o grupo de extermínio "Pelotão da Morte" de Alvorada

Após prender quatro PMs de Alvorada, suspeitos de formar um Pelotão da Morte, a polícia investiga a participação de pelo menos outros três colegas em mortes, perseguições, torturas e chantagens contra pessoas com histórico criminal.

De acordo com o delegado adjunto da 1ª DP de Alvorada, Wagner Dalcin, o próximo passo é delinear a forma de agir do grupo que se aproveitava da farda para "fazer justiça com as próprias mãos". E, daí, pedir novas prisões.
– Diziam-se justiceiros contra quem acreditavam que tinham de estar presos. Nessa trilha, deixaram inocentes com medo – afirma o delegado.

Foram oito meses de investigação após a chacina no Bairro Salomé. Poucos tiveram coragem para denunciar os PMs do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 24º BPM.
– Nossa esperança é que as prisões motivem pessoas a falar – disse Wagner.
À espera para depor.
Os PMs têm prisão temporária decretada e foram detidos nas últimas duas semanas pela Corregedoria da Brigada. Estão no presídio do BOE, na Capital. Nos próximos dias, devem prestar depoimento.
Além da chacina, que vitimou quatro pessoas em 13 de julho, pelo menos mais dois homicídios são creditados ao grupo, que agia com características de quadrilha.
As conexões
A investigação não descarta que exista uma rede de contatos entre PMs "justiceiros" na região. Na madrugada anterior à chacina no Bairro Salomé, um homem foi encontrado morto em Viamão – no limite com Alvorada – atingido por armas de calibres semelhantes às usadas no crime do dia 13 de julho. A ligação entre os casos não é descartada.
Atuação era em três cidades
De acordo com o delegado Wagner Dalcin, os justiceiros teriam teias de informações e formas comuns de agir pelo menos em mais três locais: Viamão, Gravataí e na Zona Norte da Capital.

Como agiam
– Bah, derrubei aquela casa lá, mas não achei nada.
– Aborda o cara, diz que tem denúncia, que encontrou drogas com ele.
As frases, retiradas de escutas telefônicas, revelam a forma como o Pelotão da Morte agia. Se não tinham mandados, o jeito era forjar uma maneira de "enquadrar" os alvos.
– Eram o tipo de policial "pé na porta", no pior sentido. Você não pode entrar em uma casa sem uma ordem judicial – critica o delegado.
Mulher forçada a apagar imagens
Um dos recursos do bando seria tortura, como Luciano Mayer denunciou à Corregedoria da BM tempos antes de ser morto.
As ações também respingavam em pessoas inocentes. Uma moradora teria flagrado o momento em que houve a suposta agressão a pontapés, socos e pisoteadas. Filmou tudo em seu celular, mas os PMs souberam. A casa dela teria sido invadida, e ela forçada a apagar tudo. E mais: deveria se calar e sumir dali. Os vizinhos nunca mais a viram na região.
A motivação
Na lista de perseguidos, torturados ou mortos pelo Pelotão da Morte, só há pessoas com histórico criminal. Em geral, presos pelo POE e que voltavam às ruas beneficiados por progressões de regime ou falta de julgamento.
Faziam uma "limpeza" nas ruas.
Luciano Mayer tinha antecedentes por tráfico, e Marcelo de Matos Berro era apontado como seu comparsa. Romário Coradeli, morto em fevereiro de 2011, também era investigado por venda de drogas. Éverton Nunes Silveira, morto a tiros dois meses antes da chacina, era outro apontado como traficante no Bairro Umbu.
– Esses PMs atuavam como se estivessem fazendo uma "limpeza" nas ruas – define o delegado.
A investigação não detectou a participação dos PMs no tráfico.
A tocaia
Em 13 de julho de 2011, PMs foram a um bar no Bairro Salomé. Apreenderam um revólver calibre 38 e forçaram o dono a fechar as portas. Três minutos depois, um carro branco surgiu e, dele, partiram os tiros contra quatro homens que ainda estavam diante do bar.
Dois minutos depois, a viatura voltou, viu os corpos na rua e seguiu em frente. Só um tempo depois veio o socorro - outro carro da Brigada.
Investigadores da 1ª DP de Alvorada estão convictos: foi uma tocaia. Seria a especialidade do Pelotão da Morte.
Os outros crimes
Fevereiro/2011 – Romário Coradeli, 20 anos, suspeito por tráfico, foi morto em abordagem da BM no Bairro 11 de Abril. A delegacia apontou execução do Pelotão da Morte, mas o Inquérito Policial Militar e a Justiça entenderam que Marcelo Maier agiu em legítima defesa. O caso foi reaberto. Os PMs voltam a ficar sob suspeita.
Maio/2011 – Éverton Nunes Silveira, 30 anos, era apontado como traficante nos bairros Umbu e Salomé. O inquérito da morte está aberto: PMs são investigados.
A impunidade
As primeiras denúncias contra o Pelotão da Morte surgiram no começo de 2011, mas eles nunca foram punidos. Marcelo Maier teria, recentemente, solicitado transferência para a Força-Tarefa da Brigada no Presídio Central. Dos quatro PMs presos semana passada, três foram transferidos. Pouco tempo depois, entraram em licença-saúde. Foram detidos pela corregedoria quando voltariam ao serviço.
A hierarquia
Na corporação, todos são soldados. Na organização paralela, no entanto, havia um centro de poder. Por ter maior experiência, Marcelo Machado Maier, 35 anos (dez deles na BM), exerceria o comando hierárquico.
– Partia dele, em geral, a iniciativa para as ações. No caso da chacina, ele era apontado como quem perseguia Luciano Mayer desde 2008 – explica o delegado Wagner Dalcin.
O irmão do policial, Marcio Machado Maier, 32 anos, seria uma espécie de subordinado mais próximo. Charles Alexandre Avila da Silva, 33 anos (oito de BM), e Fernando de Souza e Silva, 24 anos (três de profissão), eram os comparsas. Entre os três PMs ainda investigados, um seria parente de Marcelo.

DIÁRIO GAÚCHO

quarta-feira, 7 de março de 2012

PEC102 - Emenda Constitucional que unifica polícias


O senador Waldemir Moka (PMDB) é o relator, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 102, de 2011, que permitirá a unificação das polícias pela União e os Estados, criando uma única instituição de prevenção e repressão ao crime.

Moka explica que a PEC é produto da análise e discussão de todas as proposições que tramitam há décadas no Congresso Nacional. “É peciso reestruturar os órgãos de segurança pública, de tal forma que o Estado atenda melhor a população”, afirma.

O senador informa que começou a analisar o texto esta semana e ainda não tem prazo para concluir o relatório. “É uma assunto que irá provocar inúmeros debates e discussões e pretendo fazer isso ouvindo todos os envolvidos, as entidades ligadas às polícias, governos e principalmente a sociedade, que é quem tem clamado por mais segurança”, destaca.

Autor da proposta, o senador Blairo Maggi (PR-MT) argumenta que o modelo existente é ineficaz, burocrático e oneroso. “Há sobreposição de trabalho e essa rotina já não atende satisfatoriamente a sociedade, que nos dias atuais clama por agilidade”, diz.

Diante da greve de policiais militares na Bahia e no Rio de Janeiro, o senador Blairo Maggi (PR), autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 102, acredita que a medida possa ser a solução para eliminar rixas entre civis e militares por meio da equiparação da categoria em salário e condições de trabalho num sistema único.

A PEC tramita no Senado, onde foi apelidada de PEC da Polícia Cidadã, e já conta com apoio de associações estaduais de polícia. A proposta tem como objetivo preencher a lacuna existente no sistema policial brasileiro que, atualmente, não contempla o ciclo completo - prevenção, repressão e investigação - tornando, deste modo, a Segurança Pública ineficaz, burocrática e onerosa.

De acordo com o projeto de Maggi, o piso salarial não ficaria equiparado ao do Distrito Federal, como propõe a PEC 300, mas sugere a criação de um fundo nacional capaz de garantir a implementação de um salário base.

‘A todo o momento, nos pegamos diante de fatos de grave violação dos direitos do cidadão por parte da criminalidade ou de policiais deformados por um sistema obsoleto‘, justificou o senador, que defende que o atendimento da polícia seja desde o preventivo e ostensivo, feito pela Polícia Militar, à apuração e diligências até que o processo seja encaminhado ao Ministério Público ou juiz, que hoje é de responsabilidade da Polícia Civil. (Com Assessoria) S.C




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