terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Estamos de volta

Bom, pessoal, depois de mais de dois meses ausente das postagens, resolvi voltar ao blog. Confesso que andei meio desanimado, principalmente porque no início de novembro estive muito doente, inclusive hospitalizado em razão de uma retocolite ulcerativa muito grave que por pouco não me custou a vida.

Hoje muita coisa mudou, a começar pela minha saúde que embora não esteja ainda cem por cento, já é quase isso. Estou cursando o CBAPM - Curso Básico de Administração Policial Militar - que visa formar os primeiros sargentos em tenentes. Desde o dia 31/10 estou nessa missão, embora estivesse hospitalizado na primeira semana do curso no Hospital da Brigada Militar (HBM/POA), mas sem prejuízos ao curso porque não houve aulas naquele período.

Até o dia 11/01/2012 estarei juntamente com parte da minha turma de curso na cidade de Tramandaí, litoral norte do estado, na Operação Golfinho, cumprindo um recesso de curso previsto para ser concluído em 17/11/2012. Pode ser que termine antes, até porque houve mudanças no emprego do CBAPM na operação.

Bom, era isso. Vou procurar retormar as postagens como sempre foram, incluindo algumas notícias do CBAPM e da Operação Golfinho também.

Até a próxima postagem. Grande abraço!

domingo, 16 de outubro de 2011

Como Fazer uma Faxina

A experiência colombiana de combate à corrupção policial é um exemplo e tanto de que é possível reduzir essa praga, a maior chaga das forças da lei no Rio

por Caio Barretto Briso, de Bogotá | 19 de Outubro de 2011

 


É inegável que o Rio de Janeiro realizou avanços importantíssimos na área de segurança nos últimos anos. A retomada de regiões inteiras da cidade das mãos dos traficantes de drogas foi um exemplo palpável de progresso. A queda dos principais índices de criminalidade também. Por isso mesmo, as recentes notícias sobre o envolvimento de onze policiais militares — incluindo um chefe de batalhão — no assassinato da juíza Patrícia Acioli chocaram a população. Antes esperançosas com as conquistas, as pessoas agora estão atônitas e se perguntam se a euforia anterior não passou de mera ilusão. Pois quem acreditou que todos os problemas estavam resolvidos porque algumas favelas foram pacificadas de fato se enganou. Nenhuma guerra contra o crime organizado será bem-sucedida se aqueles que deveriam proteger a lei estiverem, repetidas vezes, à margem dela. E a realidade cruel é que temos hoje uma das polícias mais corruptas do Brasil. Embora gravíssima e de difícil solução, tal situação pode melhorar de forma significativa. Outras cidades e países, em diferentes momentos de sua história, enfrentaram o mesmo desafio e saíram vitoriosos. De todos eles, o caso mais parecido com o nosso, pelo grau de depravação das corporações e pela proximidade cultural, é o da Colômbia. VEJA RIO foi até lá conhecer a experiência, um modelo que pode ser seguido aqui. "O segredo é tornar a luta contra o crime a prioridade número 1 do governo", afirma Hugo Acero, consultor das Nações Unidas e ex-secretário de Segurança de Bogotá, a outrora perigosa capital colombiana.


Apresentação de novos oficiais na academia

Como todas as políticas públicas bem executadas, a fórmula de nossos vizinhos baseou-se em princípios muito simples. Diante do descalabro total, com boa parte da instituição policial dando a impressão de que estava na folha salarial do megatraficante Pablo Escobar, morto em 1993, era preciso começar de novo. A primeira atitude foi a criação de um órgão externo à corporação, com amplos poderes de fiscalização. Semelhante ao Ministério Público e composta de jovens advogados, a Fiscalía General de la Nación atua de forma implacável na perseguição aos desvios cometidos pelas forças de segurança. Desde sua criação, em 1991, foram expulsos da Polícia Nacional nada menos que 20 000 homens, mais de 20% do efetivo atual. Seu trabalho foi facilitado com a aprovação de uma lei, no mesmo ano da morte de Escobar, que agilizou sobremaneira os processos de ejeção dos criminosos. No Rio, um procedimento como esse pode demorar até dois anos. Na Colômbia, apenas alguns dias. Em paralelo, realizou-se uma reestruturação completa da carreira. Logo na largada, os integrantes da tropa receberam um aumento de 30%, acrescido de um plano de promoções por metas alcançadas e bônus em caso de sucesso. A ideia era atrair perfis diferentes, incentivando a entrada de mulheres (atualmente elas representam 8% do contingente) e abrindo as portas para pessoas com diplomas em diversas especialidades. Hoje, mais da metade dos policiais de Bogotá possui nível superior. Há dezoito anos, o índice não passava de 10%. Aqui não temos sequer essa estatística. "O objetivo é que em 2014 todos falem inglês", conta o major Domingo Lopez, ele mesmo formado em agronomia e gestão pública. 

Cena do filme Tropa de Elite 2

O soldado médio da Polícia Nacional — lá ela é unificada, com hierarquia militar, não existindo a polícia civil — hoje é um profissional como Nelson Eduardo Jimenez, de 34 anos. Formado em administração de empresas, ele mora em uma casa confortável de quatro quartos, comprada graças a um longo financiamento, com aparelhos domésticos novos e um carro do ano na garagem. Seus familiares têm direito a se tratar no hospital da corporação, entre os melhores de Bogotá, e sua filha Mariana, de 3 anos, poderá estudar no colégio criado para os herdeiros de oficiais e militares. Nos fins de semana, a família frequenta um clube esportivo da classe — sem falar nas férias, quando eles têm a opção de viajar para hotéis exclusivos espalhados pelo país. Professor de defesa pessoal na Escola de Cadetes General Santander, a principal formadora de agentes da Colômbia, Jimenez foi promovido recentemente e já mira uma nova ascensão, daqui a dois anos, pois mantém seu índice — usado para avaliar o desempenho da tropa — sempre elevado. Funciona assim: cada integrante recebe 1 200 pontos em janeiro e precisa chegar a dezembro pelo menos com o mesmo número. Faltas e deslizes são subtraídos desse total, desempenhos positivos são adicionados. Quem chega a uma pontuação de 900 pode ser expulso. E os que ultrapassam os 1 500 se credenciam a promoções e cursos. "Ser policial aqui é mais do que uma profissão", diz ele. "É um projeto de vida."

A prisão do coronel Cláudio Oliveira: acusado de mandar matar a juíza Patrícia Acioli: a realidade imita a ficção

Não existem indicadores precisos para medir o grau de corrupção de uma corporação. O alto número de expulsões, seguido por sua drástica diminuição, pode indicar tolerância zero com os infratores no primeiro momento e uma tropa mais higienizada nos anos seguintes. A melhora nos índices de criminalidade, especialmente depois de um período de descontrole, também costuma ser encarada como avanço não só da eficiência, mas da integridade dos policiais. Na Colômbia, as duas variáveis aconteceram nas últimas duas décadas (veja o quadro nas páginas 28 e 29). Mas o melhor termômetro para mensurar o impacto dessas mudanças foi a recuperação da imagem da Polícia Nacional junto à sociedade colombiana. Em 1993, a taxa de confiança da população nela era de apenas 17%. Hoje, esse número chega a 61%, um progresso notável em menos de duas décadas. "Mas essa é uma guerra sem fim. Qualquer descuido ou leniência com as fraudes pode levar rapidamente ao retrocesso", adverte Alex Wong, diretor sênior do World Economic Forum e especialista no tema. 
  
Como as pragas na lavoura ou a gordura no organismo, a corrupção policial se espalha rápido — e cede terreno lentamente. No Rio, é difícil precisar como a situação chegou a este ponto, com a criação de bem lubrificados canais de arrecadação de dinheiro por parte da banda podre da segurança pública. Sabe-se, porém, que a idoneidade nunca foi a característica mais marcante de boa parte dela. Na verdade, ela já nasceu sob a égide da fraude e tinha na sua origem a missão de favorecer uma classe social, a corte. Quando foi criada por dom João, em 1808, recrutava os elementos mais baixos da sociedade, e suas mais diversas funções — como fiscalizar obras — eram um convite à bandalheira. A falta de ética foi tão grande que, em 1831, o regente Feijó acabou com a polícia. Dois meses depois nasceu uma nova tropa, com ampla substituição de oficiais. Como se vê, a limpeza não foi tão caprichada. Com o passar dos anos, pagar uma "cervejinha" ao guarda virou uma cena quase folclórica na cidade e as ligações com o jogo do bicho e o crime em geral ficaram cada vez mais intensas. 

 
O policial Jimenez e sua filha Mariana: grau universitário e promoções


Foi o poderio do tráfico de drogas, impulsionado a partir da década de 80, o grande divisor de águas na história da degradação da polícia. Com o aumento do consumo, o "arrego" (propina) ganhou escalas nunca alcançadas e a proximidade entre os grupos convenceu os desonestos de que o crime compensava, sim — e muito. Curiosamente, a melhor narrativa dessa evolução deu-se no filme Tropa de Elite 2 — O Inimigo Agora é Outro. Na trama, um major da PM observa o lucro dos bandidos do morro obtido com a distribuição de gás e outros serviços. Decide então tomar o lugar dos criminosos e tocar os diversos empreendimentos ele mesmo. É ficção, porém a obra do diretor José Padilha não está longe da realidade. Evidentemente, existem exceções, mas agentes da lei estão envolvidos hoje em todos os negócios ilegais praticados no estado. Da venda de armas e cocaína à máfia dos caça-níqueis. Das conexões irregulares de TV a cabo nas favelas à segurança de bicheiros. "As relações com o crime se aprofundaram à medida que os bandidos se organizaram e ficaram poderosos. Depois, os policiais passaram a copiar esses modelos", diz o historiador Milton Teixeira.


Se existe um consolo, é a certeza de que a cúpula da segurança pública sabe o que precisa ser feito. O secretário José Mariano Beltrame, que esteve em Bogotá com o governador Sérgio Cabral no início de 2007, tem uma visão muito clara sobre o problema e vem reafirmando a disposição de limpar a polícia. Uma de suas principais decisões nesse sentido, a ser implantada a partir de janeiro, é a reforma na grade curricular e na carga horária das academias de formação de militares e civis, de onde estão saindo mais de 500 homens por mês. Serão descartadas algumas disciplinas e acrescentadas novas, com ênfase em temas como direitos humanos e cidadania — exatamente como na polícia colombiana. Os instrutores das escolas, hoje voluntários, passarão a receber 65 reais por hora de aula.

Além disso, estão sendo investidos 536 milhões de reais em tecnologia. As aquisições mais importantes são tablets 3G de bordo e câmeras que filmarão as viaturas por dentro e por fora. A localização exata dos automóveis e as gravações poderão ser acessadas ao vivo pelas corregedorias das corporações. Nem o uniforme será mais o mesmo. "Nossa polícia foi preparada para a guerra, mas agora precisamos mudar isso. É a hora de formarmos policiais cidadãos", afirma o secretário, que também aposta no aperfeiçoamento das investigações, como ele fez na Polícia Federal. "Posso ser aplaudido ou vaiado. é o risco que corro. Mas, por favor, deixem-me fazer do meu jeito." A faxina precisa ser grande. Felizmente, experiências como a colombiana mostram que é possível limpar, pelo menos, a parte mais grossa da sujeira.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PM Luane é encontrada morta

Desolado, pai de PM deixa DML de Soledade amparado por filho e amigos

Segundo a delegada Daniela Mineto, corpo encontrado em Fontoura Xavier é de Luane

Carlos Wagner, de Fontoura Xavier | carlos.wagner@zerohora.com.br
Amparado pelo filho e por colegas de farda, o pai da policial militar Luane Chaves Lemes, 23 anos, sargento Paulo Luciano Ferreira Lemes, deixou o Departamento Médico Legal de Soledade nesta manhã desolado.

— Minha filhinha, minha filhinha — dizia, chorando, após ver o corpo encontrado na noite de terça-feira em Fontoura Xavier.

Segundo a delegada Daniela Mineto, o corpo é de Luane. Ele está sendo transferido para o Instituto Médico Legal de Passo Fundo, porque não há condições técnicas para que a necropsia seja realizada em Soledade. Com a transferência, o resultado do exame, previsto inicialmente para ser divulgado às 10h desta quarta, deve atrasar.

— Eu não acreditava que ela fosse fazer isso — disse o irmão Luciano Chaves Lemes, 25 anos, que é PM em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos.

Foto: Lauro Alves, Agência RBS

O corpo foi localizado em um mato próximo ao restaurante Vila Assis, em Fontoura Xavier. Na região, o ônibus em que Luane teria embarcado desde Passo Fundo parou para o almoço dos passageiros por volta das 12h30min do dia 19 de setembro.

Segundo o chefe de investigação do caso, Caroará Alves, a arma levada pela soldado foi encontrada a poucos metros do corpo.

— Não há dúvida de que foi suicídio — afirma Alves.

Segundo ele, o revólver, calibre 38, teria seis cartuchos. No local, foi encontrado apenas um cartucho deflagrado. Também foram encontrados com o corpo o celular levado por Luane e uma pequena quantia em dinheiro. Conforme informações preliminares da perícia, há uma marca de disparo na cabeça do cadáver.

Ao tomar conhecimento da morte, o ex-namorado dela sofreu uma crise nervosa forte e precisou ser levado às pressas para o Hospital Municipal de Passo Fundo, onde é medicado. De acordo com a família de Peterson Bairos Annes, 25 anos, ele teria começado a gritar dentro de casa.
>>> VÍDEO: confira as imagens registradas
na rodoviária de Passo Fundo

>>> Confira no mapa o caminho percorrido
por Luane desde Passo Fundo


Visualizar Corpo de PM desaparecida é encontrado em matagal em Fontoura Xavier em um mapa maior
ZERO HORA

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Policiais Civís erram e quase matam Sargento PM

Em uma semana policiais civís deixam preso algemado fugir de viatura e em outra oportunidade atiram pelo menos quatro vezes contra carro de Sargento PM desarmado

Policiais civis de Rio Grande, RS, demonstraram talentosamente em duas oportunidades num curto espaço de tempo como NÃO SE DEVE proceder durante a execução da atividade policial. Na semana passada, dois policiais civis lotados na DPPA realizavam à tarde a condução para o presídio de um homem que horas antes havia sido autuado em flagrante por tráfico de entorpecentes. No trajeto entre a delegacia e o presídio, próximo ao Supermercado BIG, o preso conseguiu fugir da viatura da Polícia Civil e desaparecer. Detalhe: o preso estava algemado com as mãos para trás.
Mesmo após incessantes buscas com o apoio da Brigada Militar o homem que tem a alcunha de "basilio" não foi encontrado e continua foragido.
Já no último dia 01/10, por volta de 06hs30min na localidade da Mangueira, periferia da cidade, um sargento da Brigada Militar foi vítima de disparos de arma de fogo desferidos por pelo menos quatro policiais civís. O fato, segundo o policial militar que estava sozinho e desarmado se deu quando passou com seu carro particular por outro veículo sem qualquer característica de viatura e ao parar se surpreendeu com quatro homens armados que desceram e foram em sua direção.
Como não teriam se identificado e nem portavam nem um colete que os identificassem como policiais, o Sargento se assustou e "arrancou" com seu carro, momento em que os homens o perseguiram pela BR 392 até a localidade da Barra  e sem qualquer fato que justificasse a agressão, passaram a dar tiros no carro do PM, acertando o veículo com pelo menos quatro disparos.

Somente dessa forma o PM parou seu carro e foi abordado pelos homens que então teriam se identificado como policiais civis e  explicado que estariam no local campanando um veículo em razão de um roubo de carga praticado contra um motorista de caminhão na madrugada do mesmo dia.

O sargento PM que está agregado por motivos administrativos, não portava nenhum armamento com ele, o que restou comprovado após minuciosa busca pessoal e no veículo. Fica então a pergunta que não quer calar: Por que motivo atiraram no carro? A arma de fogo do policial não é um instrumento de defesa contra iminente e injusta agressão armada?

Os policiais civís tentaram justificar os disparos alegando que tentavam acertar os pneus do veículo, bem ao estilo fictício hollywoodiano, além de terem relatado que o PM, após ser abordado estaria demonstrando grande transtorno e com indícios de estar drogado, conforme registro feito por eles mesmo na DPPA.
Agora imagine você, que está lendo este post, como não ficaria uma pessoa desarmada sendo perseguida por quatro indivíduos não identificados em um carro sendo vítima de disparos de arma de fogo. Não era para ficar transtornado? Quem sabe, devesse o Sargento PM descer do carro tomado pela alegria e contentamento após quase ser literalmente assassinado por policiais civís despreparados e lhes desse um fraterno abraço?

Despreparo técnico profissional seria a resposta para tamanha brutalidade. Perguntados, os civis relataram que os disparos contra o veículo se deram em razão da fuga do motorista. Ou seja, na visão deles, fugiu, leva bala...

A polícia civil deverá instaurar um "inquérito administrativo" para apurar o fato.

domingo, 2 de outubro de 2011

DOSSIÊ DA CRISE - Fissuras abertas após 50 dias de protestos

ZERO HORA ( Domingo 02 Out 2011)
Exatos 50 dias depois de começar a mais acintosa onda de rebeldia na história da Brigada Militar, o governador Tarso Genro perdeu a paciência. Na sexta-feira, 23 de setembro, os protestos por melhores salários viraram ato de terrorismo com ameaça a bomba ao governador e a familiares. Furioso, Tarso determinou a renovação do perfil do serviço secreto da BM. Há quem diga que isso, a longo prazo, custará o cargo ao comandante-geral, Sérgio Roberto de Abreu. A não ser que ele apresente os responsáveis pelos mais de 70 protestos iniciados com queima de pneus que chamuscaram a imagem da BM e culminaram com a ameaça ao chefe do Executivo. 

A relação do comando da Brigada Militar com o Palácio Piratini e a Secretaria da Segurança Pública vem sofrendo arranhões desde 4 de agosto, quando se iniciaram as manifestações mais radicais no Estado. Outros casos foram se sucedendo pelo Interior, mas tratados como isolados. A orientação era para cada batalhão apurar o ocorrido na sua área. E havia o entendimento de que os autores poderiam ser de fora da BM, e a competência de investigação, também.
A BM tinha obrigação de sufocá-los para evitar que chegassem a Porto Alegre. Não conseguiu. Na madrugada de 1º de setembro, uma cortina de fumaça na Avenida Mauá fechou a entrada da Capital. O Piratini exigiu providências. O comandante da Brigada Militar, Sérgio Abreu, foi acordado no meio da noite e a estratégia de ação foi alterada. A Corregedoria-geral abriu inquérito para apurar o episódio e as possíveis conexões com os casos do Interior. Foi criada uma força-tarefa com cerca de 15 oficiais de elite da tropa.

No Piratini, o núcleo de gestão, integrado por Tarso, pelo vice-governador, Beto Grill, por secretários e por assessores mais próximos chegou a ter quatro reuniões em uma mesma semana para tratar do tema. Mas não se via reflexo das tratativas nas ruas, onde a ousadia dos PMs seguia deixando sua marca. O Piratini avaliava que a situação podia piorar.

As críticas se multiplicavam. Em duas reuniões com a Casa Civil, deputados da base aliada alertaram que a percepção “lá fora” era de que a BM fazia “corpo mole” e estava “vacilando”. Pediram uma reação mais forte.

O governador designou membros do núcleo do governo para monitorarem os efeitos que os protestos alcançavam na população e na tropa. A leitura foi de que seria pior apostar na repressão antes de contentar as tropas. Poderiam construir mártires, gerando um sentimento de solidariedade dentro dos quartéis, legitimando os atos de rebeldia. Até o motim dos bombeiros no Rio de Janeiro, em junho, foi evocado. Avaliaram que o governador Sérgio Cabral teria ficado isolado ao reprimir a rebelião, permitindo que se confundisse com as reivindicações legítimas dos bombeiros.

A BM mandou reforçar o patrulhamento noturno nas grandes cidades, mas as ações não tiveram efeito imediato para estancar a rebeldia. Os protestos subiram em direção à Praça da Matriz. O primeiro foi em forma de falsa bomba na madrugada de 15 de setembro. Ao amanhecer, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, passou três horas ao redor de uma mesa com representantes de soldados, sargentos e tenentes. A orientação do governo era “encerrar o assunto”.

R$ 91, a senha para o acordo
Os PMs demonstravam dificuldade em assimilar a proposta de incorporar, ao longo de três anos nos vencimentos, R$ 300 de abono da oferta inicial. Todos faziam contas, inclusive os PMs. O último lance veio de improviso. Pestana rabiscou uma ideia: em vez de R$ 300 de abono, R$ 91 de acréscimo no salário básico de todos os PMs de nível médio. Para um soldado, os R$ 91 equivalem a 23% de aumento. Bingo. Os PMs de ambas associações balançaram. Admitiram que desde o governo Jair Soares não havia avanço na mesma proporção.

Mas quanto maior o salário, menor o percentual que os R$ 91 representam e, ao longo daquela semana, o governo recebeu indicativos de que sargentos e tenentes – que ganham mais – rejeitariam a proposta.

Na quinta-feira, 22 de setembro, com a aceitação dos soldados à proposta, houve comemoração no governo. A base estava contemplada. Mesmo sem fechar com sargentos e tenentes, o clima era de alívio, já que essa categoria não teria poder de fogo para abalar a corporação. Às 18h daquele dia, o presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes, Aparício Santellano – que não havia participado das negociações anteriores porque se recuperava de uma cirurgia –, mantém um diálogo tenso com o primeiro escalão. Em vez dos R$ 91, afirma que a categoria só aceitará um reajuste de 23% para todos servidores de nível médio da BM.

– É tudo ou nada – insistiu.
– Se é tudo ou nada, sinto muito, então é nada. Vamos mandar o projeto para a Assembleia assim mesmo – rebateu Pestana.
– O governo deveria pensar bem no que está fazendo. Não sei o que pode acontecer daqui para frente – ameaçou Santellano, que diz não se recordar bem se chegou a falar que as portas do inferno iriam se abrir (como testemunhas relatam).

Ao amanhecer de sexta-feira, 23 de setembro, um novo artefato foi encontrado na Rua Fernando Machado, no quarteirão atrás do Piratini, desta vez, com material explosivo e com ameaça escrita a Tarso e familiares. Logo em seguida, reunido com o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, o coronel Sérgio e Pestana, Tarso classificou o episódio como “inadmissível”. Mais tarde, perante outros subordinados, pediu que não se “dramatizasse” o episódio.

– Alguns membros da equipe ficaram mais tensos do que o governador – conta um integrante do primeiro escalão.

PM2, alvo de desconfiança
Na terça-feira, Tarso criticou publicamente os aparatos de inteligência da BM. A PM2, como é conhecida, é peça-chave na engrenagem do comando. É o setor mais bem informado – ou deveria ser –, com a missão de antever problemas e evitar surpresas desagradáveis à BM e ao governo.
Mas a PM2, que infiltra com sucesso agentes para investigar crime organizado e movimentos grevistas e sociais, foi incapaz de alertar para uma crise nascida dentro dos quartéis. Quem reconheceu isso foi Tarso, ao cogitar um possível corporativismo.

Grande parte da tropa interpretou as palavras do governador como ordem clara para substituir o major Alberi Rodrigues Barbosa na chefia da PM2. A crítica de Tarso também soou como um alerta para mudanças em postos mais acima. Embora prestigiado pela lealdade e afinidade com o PT e pelo conhecimento científico e intelectual (Sérgio é professor universitário), o comandante-geral enfrenta o desgaste de estar à frente da tropa em um momento singular e também por não reagir com a agilidade esperada.

Além disso, existem as pressões naturais sobre aquele que está no comando-geral. A cadeira é cobiçada por outros 30 coronéis. E parte deles tem aproveitado a crise para lançar candidatura. Um oficial fez chegar a Tarso a informação de que, se fosse comandante, em uma semana os autores dos protestos estariam presos. E tem gente na SSP que acredita nisso.
– Em uma semana não digo, mas, quem sabe em duas… – comentou um graduado oficial ligado a SSP.

Mas nem seus desafetos apontam Sérgio como responsável isolado pelos erros da PM2. O setor vem sofrendo um desmonte nos últimos anos por conta da falta de pessoal. Já teve 150 homens e hoje conta com cerca da metade disso para acompanhar assuntos de interesse em todo o Estado. Além disso, a concepção de trabalho da PM2 vem sofrendo uma mudança de foco, voltado mais para o levantamento de informação, sem uma visão mais abrangente sobre crime e sem sugerir soluções.

Na quarta-feira, em almoço na Assembleia com deputados do PT, Michels ouviu de um petista a sugestão de afastar a PM2 das investigações. A ideia seria passar o caso para as mãos da Polícia Civil, que só tem investigado os casos fora da Capital.

Michels manteve a BM no caso.
– Confio na BM. Eles vão resolver o problema – teria justificado.
Duas dezenas de suspeitos
À noite, Tarso desceu até a Rua dos Andradas e passou quase duas horas no quartel-general da BM com Sérgio e oficiais da cúpula. Acompanhado de Michels e outros assessores, o governador ouviu uma exposição sobre o andamento da investigação. O resultado foi a menção a duas dezenas de suspeitos – em 26 inquéritos –, cinco deles soldados e sargentos da BM.

A discussão em torno da política salarial ganhou contornos de solução, mas a chaga aberta pela crise dos 50 dias ficou. Integrantes do governo têm dificuldade para falar sobre a demora que houve na resposta aos atos de rebeldia. Há quem avalie que a letargia se deu porque seguem em postos chaves oficiais ligados a governos anteriores, especialmente ao de Yeda Crusius (2007 a 2010), do PSDB.

– Essas pessoas prejudicam a capacidade de avaliação do que está ocorrendo e de dar resposta no tempo certo – diz um integrante do governo.
Sem endossar o coro de avaliações negativas a respeito do comandante-geral, o secretário Michels defende o trabalho feito até agora pelo coronel.

– Não se pode confundir tranquilidade e inteligência com inoperância. O comandante tem trabalhado, e os resultados virão. Não é fácil quando não se tem flagrantes – garante Michels.

– Mesmo que tenha havido demora, não se questionou a permanência do coronel Sérgio. É preciso também entender que a negociação se arrastou mais do que o governo esperava – avalia o coordenador executivo da Assessoria Superior do governador, João Victor Domingues.

Nos bastidores do Executivo, no entanto, a atuação do comando da BM e da Casa Militar, responsável direta pela segurança do governador e de seus familiares, sofre críticas. Como ameaças chegaram tão perto do gabinete de Tarso sem que a inteligência da Casa Militar conseguisse prever ou agir para identificar responsáveis? Depois da bomba, o governo teria se mobilizado para tentar retomar as rédeas da situação e fechar a ferida aberta com pneus queimados, bombas e ameaças.


ADRIANA IRION, JOSÉ LUÍS COSTA E VIVIAN EICHLER

sábado, 24 de setembro de 2011

POE prende homem armado no centro

Na madrugada deste sábado, por volta de 03hs30min uma equipe do Pelotão de Operações Especiais do 6° BPM de Rio Grande localizou e prendeu um homem armado no centro próximo a uma boate.



Durante um patrulhamento policiais militares foram chamados pela sala de operações do batalhão visto que segundo denúncias um homem poderia estar armado em via pública. De posse das características do suspeito, a equipe foi ao local e abordou um homem numa bicicleta.



Durante a revista foi encontrado com o suspeito um revólver argentino calibre 38 com uma munição intacta. O homem identificado como P. N. S., 27 anos, que já tem diversas passagens pela polícia por crimes de abigeato, furto e roubo foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia da Polícia Civil onde foi autuado e posteriormente conduzido à PERG.

Instalação do BOE na área do CRPO/Sul

Voltou à tona o assunto sobre a instalação de um Batalhão de Operações Especiais na área do CRPO/Sul, com sede em Pelotas, RS.

Em uma audiência pública realizada no último dia 22 de setembro na Câmara de Vereadores em Pelotas, contando com a presença de policiais militares e políticos, debateu-se a necessidade e os benefícios de um BOE na zona sul, ressaltando-se que cidades menores como Santa Maria e Passo Fundo, no interior, já possuem um batalhão desse tipo.

O futuro BOE poderá ser instalado em Pelotas ou Rio Grande.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ABAMF aceita proposta e causa um racha na categoria

A Associação de Cabos e Soldados (ABAMF) em Porto Alegre através de suas regionais aceitou a proposta de 23% de aumento salarial oferecida pelo governo do estado. Mesmo após dizer que não aceitariam o índice diferenciado oferecido e exigindo um reajuste linear entre Tenentes, Sargentos e Soldados, hoje a entidade revelou que aceitou a proposta.

O fato é que a ASSTBM, que representa Tenentes e Sargentos e que tiveram um índice bem menor, entre 11% e 18% não aceitou a oferta, pois considera uma manobra politiqueira do governo Tarso oferecer indices diferenciados de reajustes para um mesma categoria. Isso sem falar que outras exigências tais como um calendário de reajustes até 2014 sequer foi mencionado.

Veja o que diz no site da ASSTBM

Associação de Cabos e Soldados aceita reajuste de 23,5%

Agora, Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar se reúnem com o governo do Estado

A Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf) anunciou ao governo do Estado que aceita a proposta de reajuste de 23,5% para a categoria. A reunião terminou pouco depois das 15h desta quinta-feira, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. O próximo encontro é com a Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), às 18h, que já comunicou ter rejeitado, por unanimidade, o reajuste proposto.

A entidade reivindica um aumento semelhante ao oferecido à Abamf. Pela proposta do governo do Estado, o salário das demais categorias aumentaria proporcionalmente – chegando a 11% para os tenentes e a 18% para os sargentos. Segundo o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, o impacto da medida é de R$ 310 milhões. “Esse é o limite de ajuste”, alertou.

Desde o começo da setembro, foram registrados diversos protestos em rodovias, cidades do Interior e na Capital. Tanto a Abamf quanto a ASSTBM negam envolvimento com os atos. Hoje, porém o presidente da segunda entidade, Aparício Santelano, afirmou que, se o governo não atender as reivindicações, será difícil “segurar os protestos”.
     Ouça o áudio: Confira o boletim do repórter e entrevista, ao vivo, com o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana     Ouça o áudio: Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas     Ouça o áudio: Secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Pestana
Fonte: Voltaire Porto / Rádio Guaíba
Fonte: Correio do Povo e Rádio Guaíba

52 Respostas Para “Associação de Cabos e Soldados aceita reajuste de 23,5%”

  1. Mendes disse:
    Só para informar nossos Sgt, Ten, São Gabriel também rejeitou a proposta do governo, somos uma classe só e unidos aqui em São Gabriel ficaremos. Alguém disse aqui na hora da votação:”Colegas, podemos ser voto vencido, mas nossa voz vai ser ouvida.” Nossa ata de reunião foi enviada e a serve como prova que não vai ser esta decisão que ira romper nossa união.
  2. Rodrigues disse:
    Parabéns aos soldados que brigaram até o fim, pelo reajuste linear e não diferenciado para os praças. Mostraram que são inteligentes, honestos, e que acima de tudo, são militares de palavra, militares de verdade. Mostraram que não se vendem para governo algum, e muito menos abandonam colegas de farda no meio do caminho, pois, em nenhum momento esqueceram dos demais, ainda que estes fossem seus superiores. A vocês eu desejo sucesso sempre, vocês merecem. Já aos que abandonaram os colegas no meio da batalha e passaram para o lado do governo, desejo que fiquem soldados para o resto da vida, que não tenham a oportunidade de crescer. É por causa de mentes como a de vocês que os praças não conseguem ter união total. Vocês merecem mesmo meia dúzia de trocados a mais no contracheque. O governo atira um pedaço de osso e vocês saem roendo. Tinham tudo para levar o aumento linear, na reta final os caras se entregam. As vezes ficava chateado de ver militares dizendo que na brigada não se tinha futuro por causa de alguns colegas, que iriam embora na primeira oportunidade, partiriam para outros concursos. Hoje vejo que eles tinham razão. Enquanto na brigada, existir essas mentes que só pensam em si, serão sempre migalhas que virão. É uma pena! Mas Sargentos e Tenentes devem continuar até a última gota de sangue.
  3. O GOVERNO FAZ SEU JOGO. E NÓS DEVEMOS O INTERPRETAR.
    NÃO SOMOS BURROS.
    A ASOFBM, EM SEU SITE, CHAMA OS PRAÇAS DE BURROS, E ESTES DE CEREBROS DA BM. QUE ESTRANHO SE OS OFICIAIS SÃO O CEREBRO DA BM PORQUE A BM ESTÁ O CAOS QUE ESTA, E QUEM ESTA COMBATENDO O CRIME É SÓ OS PRAÇAS?
  4. Ana disse:
    Tá e aí como ficou as promoções???????Vamos Sr Lucas cade os números das promoções ,vai apresentar ou não depois desta burrada de aceitar esta esmolaaaa espero que tenha um bom nº de promoções para nos apresentar.Coloca aí quantas vagas para 3ºSGT os Bombeiro vão ter ou vc esqueceu de pergunta na reunião????Nossos amigos Bombeiros merecem esta resposta.Espero que alguém tenha a resposta pra me dar.
  5. Valfrei disse:
    Que coisa feia essa decisão da ABAMF…..Pensei em fazer um desabafo contra isso, mas é melhor não fazer porque seria desleal com muitos soldados(guerreiros) que também não aceitaram esta negociata.
    Essa foi a pior coisa que poderia acontecer para as nossas entidades. Esta divisão(ato) vai sangrar num futuro bem próximo. Minhas congratulações ao Santellano-Olivo-Cael que mantiveram a palavra e a decisão dos sgt e ten.
  6. lemos disse:
    Camarada MUHAMED, seu comentário acima oportuno lembrou Maquiavel , nesta esteira de pensamento lembro SUN TZU, dividir para conquistar,mas a ASSTBM esta amadurecida e com visão estratégica no futuro, esta visão no futuro , nos respalda a não aceitar este aumento. Mas no próprio ensinamento do mestre somos todos perdedores os Militares Estaduais e o Governo, neste quadro os Militares Estaduais sairam divididos e enfraquecidos, O Governo tem uma força pública , dividida em três niveis ,fomentando uma futura quebra de hierárquia , com as disputas internas que levaram o perda de credibilidade e transparência, camarada todos perdemos com certeza , lamento com o palavra o futuro ???????
  7. TEN. DIAS disse:
    PARABENS AOS SDs DO 6º RPMon, NÃO ACEITARAM A RIDICULA PROPOSTA, NÃO DERAM BOLA NAS COSTA DE SEUS PARES DE NIVEL MÉDIO. MAIS UMA VEZ, PARABENS PESSOAL, TRABALHEI ANOS COM VOCES, NÃO ERA DE ESPERAR POSIÇÃO DIFERENTE, POIS SEI QUE AQUI AINDA HÁ UNIÃO.
  8. ozorio disse:
    ME DESCULPE OS SD QUE TIVERAM DIGINIDADE E RESPEITO AOS DEMAIS COLEGAS DO NIVEL MÉDIO, MAS AS REGIONAIS QUE ACEITARAM ESSA PROPOSTA DIFERENCIADA (SEUS SÓCIOS) NÃO MERECEM SEREM SGT OU TEN, PARABENS PRA VOCES, COM CERTEZA IRÃO PARA A RESERVA COM SD, ESSE NÃO PODERÃO BATALHAR PARA UM DIA SER SGT OU TEN (A TRAIÇÃO É A PIOR COISA DO SER HUMANO).MEU RESPEITO OS QUE TIVERAM DIGNIDADE.
  9. Pedro disse:
    A BM a qual servi não é mais a mesma. Isso não passa de uma estratégia para no futuro dismilitarizar a BM. Primeiramente a separação e desunião entre o comando e a tropa. Como é possivel? existe até Lei assegurando o mesmo índice de reajuste aos servidores da mesma classe a não ser que a Associação aceite tal diferença, então porque aceitar?. Agora a separação do Sgt e dos Sd, ficará um clima muito ruim.
    Eles copiaram o modis operandi daqueles que ganharam reajuste de 25% em outra épocas, pensando só em si e não na Corporação.
  10. JONAS disse:
    QUEM ACEITOU A ESMOLA DEVE CONTINUAR SENDO SOLDADO O RESTO DA VIDA, VAMOS PROPOR O FIM DA PROMOÇÃO A SGT POR ANTIGUIDADE E DEIXA-LOS SUCUMBIR NA SUA FALTA DE GARRA E CONTINUAREM NA MISÉRIA, SE ELES ESTÃO FELIZES ASSIM, COM EXCESSÃO DE BAGÉ QUE DISSE NÃO A ESMOLA…..ISSO ENVERGONHA TODA A CLASSE. ENQUANTO OFICIAIS PEDEM EQUIPARAÇÃO COM DELEGADOS, O QUE VAI DAR EM TORNO DE 80% DE REAJUSTE, PARTE DE NÓS SE CONTENTAM COM CENTO E POUCOS PILAS, ISTO É INACREDITÁVEL, LUCAS DE NOVO EM TRAIRA….LOGO EM SEGUIDA OS OFICIAIS VÃO COMEÇAR OS PROTESTOS E NÓS TEREMOS QUE NOS UNIR A ELES POIS ESTES NÃO ACEITARAM ESMOLAS E ELES PODEM PARAR A BRIGADA E NÃO PRECISAM DA ABAMFinha…..NÓS GERENCIAMOS O POLICIAMENTO E NÃO VAMOS PARAR DE LUTAR CONTRA ESTE GOVERNO FACISTA…………ELES JOGAM BEM XADREZ MAS NÓS AINDA NÃO PERDEMOS O JOGO….

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Em vídeo, supostos policiais assumem protesto e ameaçam governador

Imagens de PMs encapuzados foram entregues à TV Record nesta quinta-feira

Em vídeo entregue por fontes da Brigada Militar à TV Record, nesta quinta-feira, dois supostos policiais militares assumem a autoria do “atentado” no Viaduto Otávio Rocha, no Centro de Porto Alegre. Dois homens fardados criticam o governador Tarso Genro e fazem ameaças.

“O senhor não está nos levando a sério”, declara um dos homens, com voz eletronicamente distorcida. Ele deixa no ar a possibilidade de usar uma “bomba real” ao invés do artefato falso que foi deixado no viaduto, ao lado de um boneco. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) removeu o suposto explosivo sem maiores consequências.

Os autores da mensagem comentaram o vencimento básico da BM, de R$ 336, abaixo do salário mínimo: “Está na hora de expor nossa indignação”, enfatizam. A BM relatou que vai solicitar imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais próximos ao viaduto para tentar identificar os autores. A corregedoria da corporação abriu inquérito para investigar a possível participação de policiais nos protestos reivindicando melhores salários.

Após reunião à tarde, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana e o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, afirmaram que as ações são protagonizadas por pessoas interessadas em prejudicar as negociações. O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Leonel Lucas, reiterou que a representação não tem envolvimento com os protestos.

• Confira o vídeo das ameaças:



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Foragido é recapturado

No início da tarde desta sexta-feira, por volta de 13 horas um foragido da justiça foi recapturado por uma equipe do POE do 6° BPM.



PMs que estavam de serviço de PATAMO em duas viatuas foram solicitados por um colega do serviço reservado (P-2) com a informação de que um foragido estava conduzindo um veículo VW/Gol preto por ruas do bairro Bernadeth e logo rumaram para o local.

Após uma busca rápida, encontraram o veículo abandonado em uma rua sem saída na frente para um armazém. Perceberam que havia um muro com cerca de dois metros e meio de altura fechando a rua por onde o fugitivo havia escapado e iniciaram uma perseguição.

Bastou alguns minutos para que o foragido fosse encontrado por outra equipe do POE, caminhando às margens da ERS 734, próximo à Junção, sendo abordado e preso sem esboçar reação.

O preso identificado como L. G. M., vulgo "lula", 32 anos foi encaminhado ao HPS da Santa Casa e posteriormente à DPPA para fins de registro da captura, posteriormente sendo encaminhado de volta à Penitenciária Estadual de Rio Grande, (PERG).

SEGUNDO GOVERNO, PROPOSTA SALARIAL ESTÁ PRONTA E SE APROXIMA DO REIVINDICADO PELOS SERVIDORES DE NÍVEL MÉDIO DA BRIGADA MILITAR

Na reunião desta quinta-feira, 1, que durou menos de 30 minutos o governo, representado pelos secretários Chefe da Casa Civil Carlos Pestana, Secretário de Segurança Pública, Airton Michels, a Secretária de Administração Stela Farias, o coordenador do Assessoramento Superior do governador Tarso Genro,  Secretário Flávio Koutzii, além da Secretária-adjunta da Casa Civil, Mari Peruzzo, o Secretário Adjunto de Assessoria Superior, João Victor Domingues e o Cmt Geral da Brigada Militar Coronel Sérgio Abreu, disseram que a proposta salarial do Governo está pronta e contempla os anseios da categoria, se não no todo, em boa parte. Todavia, a proposta não foi apresentada face às queimas de pneus e paralisias de rodovias que vêm ocorrendo.

 

A ASSTBM entende que o processo de negociação está instalado e às partes tem reiterado a disposição pelo diálogo, assim, solicita a todos os seus associados e servidores que representa, para que não pratiquem atos desta natureza, pois caso contrário, o Governo colocará na nossa conta a não concessão de aumento salarial e a conquista da dignidade que buscamos.

Não podemos esquecer que o nosso objetivo não é a oposição política, mas sim a construção de uma política salarial duradoura que resgate a dignidade dos servidores de nível médio da Brigada Militar, sendo assim, havendo espaço para negociação, devemos ir à exaustão neste processo, sem a prática de ações que configurem atos ilegais. Ficou marcada uma nova reunião para o dia 09 de setembro, onde, tendo ocorrido o fim das manifestações com queimas de pneus, a proposta será apresentada para avaliação por parte da categoria.
DEE ASSTBM

Nota da ASSTBM referente às manifestações de queima de pneus em rodovias


*Nota à imprensa e a toda a categoria.

A Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), em momento algum patrocinou ou incentivou qualquer manifestação ilegal na busca por melhores salários e da dignidade dos servidores de nível médio da Brigada Militar. Assim, não há de se descartar que os protestos com queima de pneus que vem sendo realizados têm conotação exclusivamente política, não cabendo a esta Entidade investigar os responsáveis por estas ações e sim ao Poder Público que dispõe dos instrumentos adequados para fazê-lo.

O seguimento desse tipo de ações atrapalham o andamento das negociações, trazendo prejuízos a grande maioria dos servidores da Brigada Militar e à sociedade riograndense. Por outro lado reafirma seu compromisso com a categoria que representa e, continuará, por meio de atos democráticos, legais e legítimos, denunciando a triste realidade dos servidores de nível médio da Brigada Militar, detentores dos piores salários do Brasil, até que esta realidade seja modificada.

Por derradeiro, a ASSTBM repudia os atos radicais que vem sendo realizados, principalmente quando estamos em pleno processo de negociação onde o diálogo tem se mostrado producente.

APARÍCIO COSTA SANTELLANO
Presidente Estadual da ASSTBM
OLIVO DOS SANTOS MOURA
Vice-Presidente Estadual da ASSTBM
ALEX SANDRO CAIEL DA SILVA
Diretor de Assuntos Políticos e Institucionais – ASSTBM

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resumo do programa Conversas Cruzadas da TVCOM


Na noite de terça-feira, 30, o programa Conversas Cruzadas da TVCOM apresentou um debate sobre o andamento das negociações entre o governo e as entidades que representam os servidores de nível médio da Brigada Militar. Em pauta, a defasagem salarial dos policiais militares gaúchos e os protestos que vem crescendo em todo o Estado, com faixas, queima de pneus e bloqueio de rodovias. O programa contou com a participação do Vice-presidente da ASSTBM, Olivo Moura, e do Presidente da ABAMF, Leonel Lucas Lima. As duas associações esperam que o Executivo apresente em reunião na quinta-feira, um calendário de pagamento garantindo o valor R$ 3,2 mil até 2014. Também esteve no programa o Comandante-geral da Brigada Militar, Cel Sérgio Abreu, expondo a sua visão sobre as manifestações da categoria, bem como a situação salarial da corporação. Falando sobre a posição do governo diante das reivindicações dos servidores, o Secretário Adjunto de Assessoria Superior, João Victor Domingues.

Alguns trechos:
Olivo Moura – Quero dizer para a categoria que não vamos “baixar a guarda” e nem ceder as ameaças e tentativas de nos constranger nas negociações. Nós não comungamos com as ações de queima de pneus em rodovias, mas também não podemos condenar. Não aceitaremos que isso seja empecilho para o seguimento das negociações. São atos isolados, sendo que tenho ainda dúvidas se foram cometidos por brigadianos, porque também podem ser atos políticos. Se isso vem de servidores da brigada, só mostra o desespero da família brigadiana, de qualquer forma terá apoio incondicional. Com outras atitudes estamos mostrando nossa insatisfação, como mensagens de protesto em faixas espalhadas por todo o Estado.
Cel Sérgio Abreu – A questão salarial é um tema importante da nossa agenda. O Comando da BM está buscando junto ao governo uma forma de melhorar a situação de todos os integrantes da Brigada Militar. A partir de agora, precisamos estabelecer uma meta para recuperar essa perda do poder aquisitivo do brigadiano. Repudiamos qualquer tipo de ação que coloque em risco a vida das pessoas, como a queima de pneus em rodovias. Dessa forma, estamos dando um péssimo exemplo em termos de segurança pública. Esses atos são criminosos e ainda não temos certeza que estão sendo cometidos por brigadianos. Concordamos com os argumentos e entendemos as necessidades da categoria. Mas, por outro lado, todo o ato que venha a atingir a hierarquia disciplinar será combatido com rigor.
Lasier Martins – Esse tema é preocupante porque é uma importante classe que vem protestando violentamente com os incêndios em pneus nas rodovias. Segundo a ABAMF, os protestos continuam alheios à vontade da entidade. A palavra do governo é paciência. Mas, nós tememos que os servidores da segurança não tenham mais paciência. A consequência disso é uma sociedade desprotegida ou mal protegida. Em certas situações, o brigadiano deixa de ir para o confronto porque não vai arriscar sua vida pela miséria que ganha.
Leonel Lucas – Quem vai garantir a comida dos nossos filhos no final do mês. A situação continua nos obrigando a fazer “bico”. É fácil dizer que quem comete esses atos é criminoso, mas o maior crime é deixar o policial nessa situação. Nossa entidade tem responsabilidade e garantimos na semana passada uma trégua nas manifestações até a próxima reunião. Esperamos que o governo nos mostre um calendário de pagamento até 2014.
João Victor Domingues – Nosso compromisso é enfrentar essa situação de defasagem salarial dos brigadianos. Se a ABAMF participou, organizou ou assumiu para si algo que não fez, está correndo o risco de ser instrumentalizada por interesses partidários ou políticos que não sejam da classe brigadiana. A categoria brigadiana quer sua reivindicação atendida e tenho certeza que não compactua com esse tipo de ato que atrapalha a negociação. Ou param essas ações ou quero a ABAMF do lado do governo para descobrir quem está fazendo isso. Se a ABAMF solicitou que as manifestações parassem e isso não ocorreu, o governo e a entidade têm um problema e teremos que resolver isso. A queima de pneus bloqueando rodovias não serve como pressão. Vejo isso como um ato criminoso que coloca a população em risco. Assim, na reunião de quinta-feira esse assunto voltará a ser pauta.

Por Magda Marques
Assessora de Comunicação ASSTBM

domingo, 28 de agosto de 2011

Governador ouve as reivindicações dos PMs em Rio Grande

O governador Tarso Genro esteve no polo naval de Rio Grande. Em frente ao seu hotel houve uma manifestação democrática de direito pleno na constituição. O governador veio até nós acompanhado de policiais civis e externamos nossa preocupação com o pleito salarial.  

Estas reivindicações se referem aos anseios do nível médio, por dignidade salarial, o que nos perturba há alguns anos. Devemos buscar sempre nossos direitos dentro da democracia, respeito, mas tenacidade. Se caminharmos juntos seremos vitoriosos, mas sempre dentro do respeito recíproco, um abraço a todos que lutam e ombreiam com dignidade em suas buscas.

O ato transcorreu  na normalidade que nos é peculiar, pois devemos ir em busca de melhorias mas sempre com respeito e irmanados em um só ideal e sempre acostados a nossa carta magna de direito à liberdade de expressão, mas com manifestos de respeito a cordialidade recíproca. Shabat shalom adonai.

Notícia recebida do associado Daniel Quaresma