Especialistas condenam financiamento privado na área
Para o coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, as polícias devem ter uma estrutura que as permitam rejeitar doações.
– Deveria ter um decreto do governador desautorizando a receber qualquer tipo de doação. É algo ultrapassado, coisa de 30 anos atrás – radicaliza Vicente.
Cientista político e especialista em Segurança Pública, Guaracy Mingardi vai na mesma linha:
– Quem paga, manda.
Se o Estado não tem como garantir o funcionamento do Estado, prossegue Mingardi, “é melhor não ter Estado”.
A dificuldade em controlar a origem dos recursos
Entre policiais da ativa também há desconfiança com recursos alheios ao orçamento público.
Corregedor-geral da BM, o coronel João Gilberto Fritz chama atenção para um outro elemento: – A parte da população que não tem condições de oferecer dinheiro pode ficar em desvantagem.
– Só aceitamos contribuições de empresas tradicionais, conhecidas na cidade. Além disso, as instituições (Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-geral de Perícias e Superintendência dos Serviços Penitenciários) beneficiadas não ficam sabendo quem são os doadores – pondera Schuch, à frente de um dos mais tradicionais conselhos do Rio Grande do Sul, há 25 anos em atividade.
CARLOS ETCHICHURY
ZERO HORA
Bobagem! Até as melhores e mais ricas e equipadas polícias do mundo, como o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) aceitam doações. O problema não é a doação em sí, mas a origem desta doação. Devemos ter mecanismos que nos permitam avaliar antes a origem da doação e não simplesmente proibi-las. O dia em que a polícia gaúcha deixar de receber doações, então não veremos mais nenhuma viatura rodando e aí, véio...
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